quarta-feira, 20 de agosto de 2008

PROFISSÃO COMISSÁRIA DE BORDO

CONHEÇA MAIS SOBRE A PROFISSÃO
CONFIRA ENTREVISTA COMPLETA COM PROFISSIONAL DA ÁREA



COMISSARIADO DE VÔO Ana Paula Ruiz

Quando entramos num avião, a primeira pessoa que aparece na nossa frente é o comissário de bordo ou de vôo, com um uniforme impecável e um sorriso nos lábios.

Engana-se quem pensa que a função desses profissionais (também chamados comissários de bordo para homens e aeromoças para mulheres) se limita a atender passageiros. Eles são responsáveis pela segurança, tranqüilidade e bem-estar dos passageiros. Têm que resolver qualquer imprevisto que possa incomodar a viagem. Esses profissionais são verdadeiros agentes de segurança a bordo e estão preparados para qualquer emergência.

Para muitos jovens, essa profissão parece encantadora por não prender o profissional numa rotina dentro de um escritório e por dar a possibilidade de conhecer diversos lugares do mundo. É bom saber que juntamente com as vantagens aparecem algumas exigências, como responsabilidade e nunca perder o bom humor. Parece fácil? Não é. Imagine suportar o cansaço de uma longa viagem para vender a boa imagem da empresa aérea onde trabalha? Imagine manter o bom humor depois de ouvir uma bronca de um passageiro que não gosta do cardápio servido no avião?

A profissão de comissário de bordo é muito mais do que isso.

A profissão surgiu em 15/05/1930, num vôo entre as cidades americanas de San Francisco e Cheyenne, quando a enfermeira Ellen Church foi colocada a bordo para atender passageiros com enjôo. Foi a primeira comissária de bordo da história. A profissão é regulamentada pela portaria 3.018.

O trabalho pode parecer, mas não é nada simples. Os comissários de vôo trabalham em qualquer vôo comercial, e no início de cada mês já recebem sua escala de trabalho, que não pode ultrapassar 176 horas de vôo por mês. As escalas incluem finais de semana e feriados. A companhia aérea banca todas as despesas de alimentação e hospedagem quando o profissional tem que pernoitar em alguma cidade.


O QUE É SER COMISSÁRIO DE VÔO
As funções desse profissional incluem:

checagem dos equipamentos de segurança, como máscara de oxigênio e coletes salva-vidas
disponibilizar comida, bebida, travesseiro e cobertor aos passageiros
receber e encaminhar cada pessoa aos seu lugar
demonstrar o uso dos equipamentos de segurança e mostrar as saídas de emergência
verificar posição das poltronas e uso do cinto de segurança, quando necessário
transmitir informações sobre tempo de vôo e condições meteorológicas
atender solicitações dos passageiros durante a viagem
dar atendimento de primeiros socorros em casos de emergência
conversar e acalmar passageiros ansiosos ou que têm medo de voar (você sabia que o avião é considerado o segundo meio de transporte mais seguro que existe no mundo, perdendo somente para o elevador?)

Existem alguns requisitos básicos para quem quer escolher essa área:

altura mínima de 1,58m e máxima 1,80m para mulheres e mínima de 1,67m e 1,85m máxima para homens
peso compatível com a altura
boa aparência
capacidade de decisão
desembaraço
discrição
excelente saúde
firmeza
gosto por servir
senso de conveniência
idade mínima de 18 anos e máxima de 30
fluência em Inglês e, se possível, em mais um idioma
2º grau completo

COMO ENTRAR NA ÁREA
Depois de preencher todas as exigências acima, o futuro comissário deve freqüentar uma Unidade de Instrução Profissional, entidade homologada pelo Departamento de Aviação Civil para cumprir o Programa de Instrução Teórica e Prática estabelecido no Manual de Curso de Comissário de Vôo, com carga horária de 138 horas-aula. Após um mês, o candidato passa por um exame físico no Centro de Medicina Aeroespacial e somente aqueles em perfeitas condições físicas e psicológicas continuam.

O curso inclui aulas de etiqueta, postura, maquiagem, dicção, expressão corporal, conhecimentos gerais de aeronaves, noções de medicina, primeiros socorros, serviços de bordo, simulação de acidentes, sobrevivência na selva e no ar e combate a incêndio.

Depois de aprovado no curso e como certificado do CEMAL, o candidato faz o exame teórico do Departamento de Aviação Civil para obter o certificado de conhecimento técnico, e aí sim está apto a concorrer a uma vaga no mercado. As provas acontecem três vezes por ano, em abril, agosto e novembro.

O recrutamento geralmente se faz pelos currículos que chegam às companhias aéreas e as grandes empresas costumam manter um cadastro de currículos.

A remuneração geralmente é fixa, entre R$ 900,00 e R$ 3.000,00, mais as diárias para os dias passados fora da cidade onde estão baseados. Um comissário iniciante que faz vôos domésticos nacionais pode ganhar em torno de R$ 1.200,00 e quando é promovido para rotas internacionais seu salário se multiplica.

O mercado de trabalho para essa área é promissor, apesar de saturado. Entre 1991 e 1996 andou fechado, voltando a se aquecer em 1997, quando as companhias aéreas finalmente aumentaram seu quadro de funcionários. Só a Varig, por exemplo, admitiu nessa época 450 funcionários, um número considerável se pensarmos que no Brasil existem seis mil profissionais dessa área. Em geral, o mercado é competitivo e a seleção é bastante rigorosa. O domínio do idioma Inglês é imprescindível e os candidatos que sabem falar línguas orientais são ainda mais disputados, principalmente quem conhece o idioma japonês.


CURIOSIDADES
Se você quer se tornar um comissário de vôo, entenda um pouco do vocabulário utilizado pelos profissionais da aviação:

Levantar tráfego - termo genérico para definir a rota comercial que uma empresa aérea realiza, atraindo carga e passageiros.

No-Show - não comparecimento de um passageiro para o embarque em um vôo em que todas as passagens são confirmadas com antecedência.

Upgrade - quando acabam os lugares de classe turística, por exemplo, sobrando ao passageiro uma poltrona em classe superior.

Vôo code-share - o passageiro paga pelo vôo de uma companhia e decola em um avião de outra empresa.

Vôo charter - vôo fretado e com limitações, mas mais barato.

Bilhete não-endossável - passagem intransferível, só podendo ser utilizada por uma pessoa determinada e com data marcada.

Aeronave de bandeira - aeronave que tem a nacionalidade do estado e que está registrada e pertence a uma empresa oficialmente regulamentada.


ONDE ESTUDAR
CFA/SV - Curso de Formação de Aeronautas (Salvador - BA)
Tel: (71) 345-0018

UnB - Escola de Aviação Civil (Brasília - DF)
Tel: (61) 323-2939

AHV - Escola de Aviação Civil Ltda. (Goiânia - GO)
Tel: (62) 251-5556

Starflight (Belo Horizonte - MG)
Tel: (31) 491-6051

AEROCOM (Curitiba - PR)
Tel: (41) 256-0042

Companhia do Ar (Rio de Janeiro - RJ)
Tel: (21) 240-1224

EAPAC (Rio de Janeiro - RJ)
Tel: (21) 462-0933

AEROSUL (Porto Alegre - RS)
Tel: (51) 340-7811

Centro Educacional da Aviação do Brasil (São Paulo - SP)
Tel: (11) 816-0073

EACON/SP (São Paulo - SP)
Tel: (11) 241-4700


SITES INTERESSANTES
Portal Oficial da Aviação Civil Brasileira
www.dac.gov.br

SNA - Sindicato Nacional dos Aeronautas
www.sna.org.br

SBDA - Sociedade Brasileira de Direito Aeronáutico
www.sbda.org.br

AEB - Agência Espacial Brasileira
www.agespacial.gov.br

INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
www.inpe.br

ONDE MANTER-SE ATUALIZADO SOBRE OS ASSUNTOS DA ÁREA?

Acesse também o Site e o Forum Meio Aéreo e fique por dentro do mundo da aviação e o dia-a-dia dos comissários de bordo:
http://www.meioaereo.com/
http://meioaereo.forumbrasil.net/


O QUE LER SOBRE O ASSUNTO
(Quase toda bibliografia disponível sobre o assunto está em Inglês)

COMISSÁRIO DE VÔO
600 questões
Autor: Adalberto Junior
Editora: Asa (Brasil)
Preço: R$ 29,00

BEM-VINDO A BORDO
Autor: Leon Romero
Editora: Asa (Brasil)
Preço: R$ 24,00

Ana Paula Ruiz é repórter do Jornal Carreira & Sucesso.

Fonte: http://www.catho.com.br/jcs/guia.phtml?ed=43




Para ter essa profissão, é preciso muita dedicação e estudo, além de fazer um curso de sobrevivência na selva e dominar a língua inglesa.

1. Seu trabalho é o mesmo que o de uma aeromoça? O que você faz no avião, qual é sua função?
(Ana Beatriz Castelo Branco Ribeiro, Anna Vitoria Oliveira Campos Cunha, Gabriel Andrade de Arruda, Giovana Gianini Zapio, Haroldo Pedrini Junior e Leonardo Hideaki Nissato)
Sim. O termo aeromoça era usado antigamente, quando só existiam mulheres na função. Atualmente, como também há homens, esse profissional é chamado de comissário(a) de bordo. Minha principal função é zelar pela segurança do vôo e dos passageiros, mas também realizo o “serviço de bordo” (sirvo um lanchinho).

2. No início, você teve dificuldades em sua profissão? Quais?
(Arthur Laranjeiras da Silva e Leticia Ronza Buliani)
Não tive muitas, apenas algumas de adaptação, como ficar longe de casa e da família e com horários e vôos.

3. É legal viajar para vários lugares? Para onde você já foi e quantos vôos já fez?
(Gabriela Sanches Maltez, Heitor Vergilio Cord, Luigy Torres Martins Rosa, Tayna Venckunas Soares e Thais Claudia Marangon)
É muito bom, mas, como viajamos a trabalho, temos pouco tempo para aproveitar cada lugar. Já fui para a Europa, EUA, Canadá, Japão, Coréia e quase todas as cidades do Brasil, mas não sei dizer quantos vôos fiz porque faço isso há 10 anos.

4. Além do português, você precisa falar apenas inglês ou outras línguas também? Por quê?
(Bruno Aureliano dos Santos, Giovanni Colaquecez Lima e Nayara Cavalcanti Noronha)
Para ser comissário(a) de bordo, é necessário falar inglês fluentemente, mas, quanto mais idiomas se sabe, melhor.

5. O que é preciso fazer para se tornar uma comissária de bordo? O que se deve estudar?
(Isadora de Leao Moreira)
É necessário fazer um curso em uma escola de aviação civil, prestar um exame no Departamento de Aviação Civil (DAC) e, após ser aprovado e ter recebido a carteira de vôo, enviar currículos para as empresas que estiverem selecionando profissionais.

6. Qual é a idade mínima para começar na profissão?
(Leticia Ronza Buliani)
Dezoito anos.

7. Quais são o lado bom e o lado ruim de ser uma comissária de bordo?
(Gregory Fernandes Ramires, Igor Nunes Vidal, Isabela de Araujo Evangelista e Laura Caous Fernandes)
O lado bom é ter oportunidade de conhecer vários lugares e pessoas de diversas nacionalidades e costumes e não ter a rotina de estar sempre no mesmo local. E o lado ruim é programar a vida conforme a disponibilidade da escala de vôo, isto é, festas de fim de ano, aniversários (o seu e o de parentes e amigos), etc.

8. Você gosta da sua profissão? Ela é bem remunerada?
(Catharina Magalhães Tagliani, Julio Cesar Cunha Bueno Filho, Mariana Azevedo Joly e Mariana Martins Copede)
Sim, gosto muito. O salário é bom, mas recebe-se de acordo com os vôos: quanto mais se voa, mais se ganha!

9. No começo da sua carreira, você não teve um pouco de medo? Você já passou por alguma situação embaraçosa ou engraçada? Qual foi?
(Celso Rodrigues Junior, Luiz Filipe Garbini Barboza, Nathalia Marcussi Oliveira, Paulo Matheus Thompson Costa Alves e Raphael Ingarano Franco)
Não, nenhum medo além do normal. Passei por tantas situações engraçadas que poderia escrever um livro. Em uma delas, uma senhora achou que a toalhinha higiênica de limpar as mãos que vem em um pacotinho e estava na bandeja do lanchinho era sal de frutas. Então, ela a colocou em um copo de água para tomar!

10. Se você fosse escolher outra profissão, qual seria e por quê?
(Caio Rodrigues Pereira e Giovana Gianini Zapio)
Acho que gostaria de ser psicóloga. Gosto muito de me relacionar com as pessoas e tentar perceber o que elas estão sentindo e ajudar de alguma forma.

11. Você já viajou com algum passageiro mal-educado? O que você teve que fazer para amenizar a situação?
(Larissa Christina Domingues Fonceca, Lorena Vicente Monteiro e Raphael Anthonio Grecco Ramos)
Sim, com vários! Em qualquer lugar, existem pessoas educadas e malcriadas. Apenas usei minha educação e meu profissionalismo.

12. Você precisou fazer um curso de sobrevivência? Como foi? Você sentiu medo?
(Natália Helena Simonato)
Sim, isso é obrigatório no curso. Ficamos três dias em uma ilha, sem comida, sem poder dormir e com frio, pois chovia muito. Tivemos que procurar algo que pudéssemos comer e pegar água de algumas plantas para tomar. Eu não tive medo, só estava faminta, cansada e com sede.


Fonte: http://www.educacional.com.br/alunos14/profissoes/EntrevistaComissariaDeBordo

2 comentários:

Anônimo disse...

Olá Ana,

Muito interessante as informações e a atenção dada a esta profissão especial.

Só faltou dizer que também vale a pena as pessoas interessadas acessarem o Portal Meio Aéreo - Comissários de Bordo

Abraços,

Monica Gazzarrini disse...

Oi Danilo,

obrigada por sua colaboração.

ela já foi inclusa na matéria em questão.

um abraço,

Mônica.